sábado, 13 de dezembro de 2008

J(ota)

Na mão trazia o cigarro, seu companheiro de alguns anos, com a outra, livre, abriu a pesada porta para que finalmente, ao ar livre, pudesse matar o vício.
O olhar distante, esverdeado pelo sol, mantinha-se sereno, como em todos os dias. A brisa, suave, afagava-lhe a pele morena e levava o fumo que deixava escapar do seu cigarro.
Lentamente, caminhou, como que se arrastando, em direcção a um dos muros, onde se apoiou. Não era um dia fácil, aquele. Ao contrário de quase todos os dias, a sua boa disposição matinal deu lugar a uma total e absoluta depressão.
Fui para perto DELE. Com o volume mais baixo que a minha voz permitiu, disse-lhe olá. Retribuiu-me com um sorriso e um Bom Dia na sua voz tabágica e rouca, que como sempre me arrepiou.
Cedo percebi que o silêncio ia imperar. Tinha tanto para lhe dizer, mas perante tal situação não fui capaz de o fazer (não por falta de coragem, mas porque percebi que devia ser ELE a quebrar o silêncio).
Também ELE percebeu, pouco tempo depois, que aquela situação era insustentável e por isso voltou a sorrir e num bafo último do seu cigarro disse, por entre os dentes, que nos devíamos sentar. E assim foi.
Sobre a mesa os cafés iam arrefecendo. Esperei que surgisse tema de conversa e quando surgiu, limitei-me a ouvir, só no fim falei.
Enquanto ouvia, observava-o. As suas mãos, gigantes com dedos igualmente grandes e finos, tremiam (presumi que tem o hábito de roer as unhas, já que as vi num estado lastimável) e os seus olhos piscavam de forma repetida. A barba rala fica-lhe melhor, pensei, já que não a estava a usar.
No fim, já ao som de uma música, da qual sempre gostei, prometemos um ao outro esquecer aquela conversa. Por coincidência, ambos começamos a trautear a mesma música e de repente estávamos a cantar como se não houvesse amanhã...
E aí, sim, os seu sorriso, aquele que irradia felicidade e nos aquece a alma,aquele sorriso de criança inocente, surgiu naturalmente!
A despedida veio para os dois, assim como para o seu dia cinzento...





4 comentários:

Anónimo disse...

Quem é o figura??

:)

Anónimo disse...

olhar esverdeado com o sol, mãos a tremer, mudez...

Só poder ser patologia grave! Deve estar a morrer o moço!
xDDD

Beijinhooo
DCLP
Mas tinhas que satirizar ;D

:D
Luís FRR

Andre'Z disse...

a minha irmã é mesmo parva!

Farta de saber quem é O figura, tá ela!

LOL


altas conversas com o J(ota), tu ham!

:DD

Beijo

Andre'Z disse...

Lembrei-me de dizer-te que no momento em que estava aqui a comentar, estava a passar a música com qual me contagias-te (BROKEN STRINGS by James Morrison feat. Nelly Furtado) na rádio Comercial.


LOOL

Beijinho*