sexta-feira, 25 de abril de 2008

Músicas de Abril

PAULO DE CARVALHO
E Depois Do Adeus
(José Niza)



Quis saber quem sou
O que faço aqui
Quem me abandonou
De quem me esqueci
Perguntei por mim
Quis saber de nós
Mas o mar
Não me traz
Tua voz.
Em silêncio, amor
Em tristeza e fim
Eu te sinto, em flor
Eu te sofro, em mim
Eu te lembro, assim
Partir é morrer
Como amar
É ganhar
E perder.
Tu vieste em flor
Eu te desfolhei
Tu te deste em amor
Eu nada te dei
Em teu corpo, amor
Eu adormeci
Morri nele
E ao morrer
Renasci.
E depois do amor
E depois de nós
O dizer adeus
O ficarmos sós
Teu lugar a mais
Tua ausência em mim
Tua paz
Que perdi
Minha dor
Que aprendi.
De novo vieste em flor
Te desfolhei...
E depois do amor
E depois de nós
O adeus
O ficarmos sós.





FERNANDO TORDO
Tourada
(José Carlos Ary Dos Santos)



Não importa sol ou sombra
camarotes ou barreiras
toureamos ombro a ombro
as feras.


Ninguém nos leva ao engano
toureamos mano a mano
só nos podem causar dano
espera.


Entram guizos chocas e capotes
e mantilhas pretas
entram espadas chifres e derrotes
e alguns poetas
entram bravos cravos e dichotes
porque tudo o mais
são tretas.


Entram vacas depois dos forcados
que não pegam nada.
Soam brados e olés dos nabos
que não pagam nada
e só ficam os peões de brega
cuja profissão
não pega.


Com bandarilhas de esperança
afugentamos a fera
estamos na praça
da Primavera.


Nós vamos pegar o mundo
pelos cornos da desgraça
e fazermos da tristeza
graça.


Entram velhas doidas e turistas
entram excursões
entram benefícios e cronistas
entram aldrabões
entram marialvas e coristas
entram galifões
de crista.


Entram cavaleiros à garupa
do seu heroísmo
entra aquela música maluca
do passodoblismo
entra a aficionada e a caduca
mais o snobismo
e cismo...


Entram empresários moralistas
entram frustrações
entram antiquários e fadistas
e contradições
e entra muito dólar muita gente
que dá lucro aos milhões.
E diz o inteligente
que acabaram as canções.





ZECA AFONSO
Grândola Vila Morena
(Zeca)


Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade


Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena


Em cada esquina, um amigo
Em cada rosto, igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade


Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto, igualdade
O povo é quem mais ordena


À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola, a tua vontade


Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade






tantas outras deveriam estar aqui...

2 comentários:

AnAndrade disse...

Parabéns pelo (imenso) bom gosto...

AnAndrade disse...

Eu não acredito que remetes para o meu blog no teu... Quanta honra!!
(vou já retribuir o piropo!!)
;)