quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Bernardo

Já conheci, por aí, muitos Bernardos. Daqueles que nos emprestam o casaco, dos que nos abrigam da chuva e sentem o frio para nos proteger, dos que nos agarram pela cintura e encostam a testa, dos que nos fazer sorrir e dar muitas gargalhadas, dos que nos mexem no cabelo, dos que sabem ter conversas intermináveis sobre nada de especial, dos que sabem cantar, dos que sabem o que queremos mesmo antes de nós mesmas o sabermos, dos que nos fazem corar, dos que nos percebem com um único olhar, dos que nos sabem ler nas entrelinhas, dos que metem conversa em lugares estranhos, dos que não falam porque são tímidos, dos que estão sempre lá para nos aturar, dos que nos sabem agradar.
Um Bernardo é só por si tudo isto e mais um bocadinho. Um Bernardo é tão idílico, platónico e petrarquista que não se sabe possuidor de características nefastas.
Acontece, porém, que os Bernardos estão em vias de extinção. São, portanto, um achado e quando encontramos o Bernardo da nossa vida há que agarrar o bicho e defende-lo com unhas e dentes.

Eu tive a sorte de conhecer muitos Bernardos, mas existe um, o menos Bernardo de todos eles, que se destaca para mim. Não pelas características Bernardistas, mas justamente pelo defeito na posse destas. Não é o Bernardo perfeito, mas é o menos irreal.
De qualquer modo, continua a ser platónico este meu Bernardo, porque quando mais próxima estou dele, mais afastados estão os nossos caminhos.


1 comentário:

M disse...

Posso não ser um Bernardo, mas vou estar sempre aqui para ti <3